Pela 1ª vez, SP tem mais gente saindo do que chegando; SC tem maior ganho de população por migração no Brasil

  • 27/06/2025
(Foto: Reprodução)
Dados do IBGE mostram que Rio também perdeu moradores. Os dois estados historicamente são destinos da migração interna, mas foram trocados por outras regiões. Além de Santa Catarina, Goiás, Minas e Mato Grosso também se destacaram. Pela 1ª vez, SP tem mais gente saindo do que chegando Pela primeira vez desde o começo da série histórica, em 1991, o estado de São Paulo registrou mais saídas do que entradas de moradores vindos de outros estados, segundo dados do Censo 2022 divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (27). Os dados indicam uma mudança no mapa migratório brasileiro, com os principais centros urbanos do Sudeste perdendo protagonismo como polos de atração, aponta o levantamento. 📉 São Paulo perdeu 89,5 mil habitantes no saldo migratório interno entre 2017 e 2022. 📉 O Rio de Janeiro também perdeu habitantes no saldo migratório interno, 165,3 mil pessoas deixaram o estado. Ambos os casos representam uma reversão inédita no padrão de redistribuição populacional. Com isso, São Paulo e Rio de Janeiro encerraram o período com populações de 44,4 milhões e 16 milhões de pessoas, respectivamente. Até o Censo anterior, em 2010, os dois estados apresentavam saldos positivos, sendo São Paulo o principal destino da migração brasileira. 😯 É como se, em média, São Paulo tivesse perdido 49 moradores por dia para outros estados entre 2017 e 2022 e 91 pessoas por dia tivessem deixado o Rio no mesmo período. Movimentação de pessoas na Rodoviária Tietê, na zona norte de São Paulo, na tarde de 29 de março de 2021, em meio à pandemia do coronavírus. André Pera/Pera Photo Press/Estadão Conteúdo Na outra ponta, Santa Catarina se tornou o principal destino de migrantes no país, com saldo positivo de 354,3 mil novos moradores vindos de outras unidades da federação. O estado recebeu 503.580 imigrantes interestaduais e viu saírem 149.230 pessoas, o que resultou em um aumento de 4,66% da população total, a maior taxa de crescimento por migração no Brasil no período. Primeiro voo chegou a Jaguaruna (SC) por volta das 13h15 Julio Cavalheiro/Secom Segundo o Censo 2022, os cinco estados que mais ganharam moradores no saldo migratório interno entre 2017 e 2022 foram: Santa Catarina (+354.350 pessoas); Goiás (+186.827); Minas Gerais (+106.499); Mato Grosso (+103.938) e; Paraná (+85.045). Na outra ponta, os que mais perderam população para outros estados foram: Rio de Janeiro (-165.360 pessoas), Maranhão (-129.228), Distrito Federal (-99.593); Pará (-94.097) e; São Paulo (-89.578). Quem ganhou e quem perdeu população entre os estados Arte g1 📋Para chegar ao saldo, os pesquisadores do Censo perguntaram onde a pessoa morava em 31 de julho de 2017, cinco anos antes da data de referência (2022). A partir dessa resposta, o IBGE calculou os fluxos migratórios por estado. As estimativas têm base na amostra do Censo, aplicada a 10,6% dos domicílios do país — cerca de 7,8 milhões de entrevistas —, e os resultados são preliminares. De acordo com os dados do Censo 2022: São Paulo teve saldo negativo de 89,5 mil moradores entre 2017 e 2022; Rio de Janeiro perdeu 165,3 mil habitantes para outros estados; Santa Catarina foi o estado com maior ganho: +354,3 mil pessoas; Goiás, Minas e Mato Grosso também lideram crescimento por migração; Paraíba foi o único estado do Nordeste com saldo positivo; DF passou a perder população, principalmente para Goiás; Jovens de 25 a 34 anos concentram a maioria dos fluxos migratórios. Saindo de SP e RJ 💨 Avião decolando da pista do Aeroporto Internacional de Cumbica Sidnei Barros/Prefeitura de Guarulhos São Paulo, que historicamente concentrou a chegada de migrantes do Nordeste, Sul e Centro-Oeste, apresenta saldo negativo pela primeira vez. Foram 825.958 saídas contra 736.380 entradas, o que resulta no saldo negativo de 89.578 moradores. O novo padrão indica um esgotamento relativo do potencial de atração do estado. ⏳ No Censo de 2010, São Paulo se manteve como principal destino da migração interna brasileira à época, com um ganho de 255.796 moradores. No Rio de Janeiro, o cenário é ainda mais acentuado: o estado teve 332.574 saídas e apenas 167.214 entradas, o que totaliza uma perda de 165,3 mil habitantes. A perda é de 1,03% da população, que era de 16,05 milhões de habitantes em 2022. A reversão acentuada também marca uma mudança significativa na dinâmica migratória fluminense. O novo padrão indica que, mesmo mantendo certa capacidade de atração, o estado passou a registrar uma evasão populacional expressiva, com destaque para fluxos de saída rumo a São Paulo (21,4%), Minas Gerais (17,7%) e Espírito Santo (7,3%), segundo o IBGE. Migração de retorno O saldo migratório negativo de São Paulo foi puxado principalmente pela saída de pessoas que já haviam migrado para o estado em décadas anteriores. Segundo o IBGE, a maior parte dos moradores de SP nascidos fora do estado vem da Bahia (21,4%), Minas Gerais (18,8%) e Paraná (11,9%). Já entre os emigrantes — pessoas que moravam em São Paulo em 2017 e passaram a viver em outro estado até 2022 —, os principais destinos foram Minas Gerais (19,1%), Bahia (15,4%) e Paraná (12,8%), o que indica um movimento de retorno à terra natal ou migração para estados vizinhos, aponta o IBGE. No caso do Rio de Janeiro, o saldo migratório negativo é puxado por saídas em direção principalmente a São Paulo (21,4%), Minas Gerais ( 17,7%) e Espírito Santo (7,3%). ‘Descer pra SC’ Orla de Balneário Camboriú Prefeitura de Balneário Camboriú Santa Catarina recebeu 503.580 pessoas de outros estados entre 2017 e 2022 e viu 149.230 moradores deixarem o território, resultando em um saldo positivo de 354.350 pessoas — o maior do Brasil em números absolutos e também em proporção. Segundo o IBGE, os principais estados de origem dos novos moradores de Santa Catarina são Rio Grande do Sul (26,8%), Paraná (19,1%) e São Paulo (12,4%), mas o fluxo migratório também passou a incluir regiões mais distantes, como o Pará (8,9%), que já aparece como a quarta maior origem. Por outro lado, entre os emigrantes — pessoas que saíram de Santa Catarina entre 2017 e 2022 —, os destinos mais frequentes foram Paraná (37,4%), Rio Grande do Sul (24,9%) e São Paulo (13,4%), o que reforça a dinâmica de circulação regional no Sul do país. ⏳ Em 2010, Santa Catarina era o 3º maior destino de migrantes no país em 2010. Santa Catarina lidera chegada de novos moradores Arte g1 Centro-Oeste em alta Depois de Santa Catarina, Mato Grosso e Goiás também se destacaram como estados que mais ganharam população que perderam. Mato Grosso teve saldo positivo de 103.938 pessoas, com uma taxa de migração de 2,84% — a segunda maior do Brasil, atrás apenas de Santa Catarina. Os principais estados de origem dos novos moradores de Mato Grosso foram Maranhão (17,7%), Pará (11,2%) e Goiás (10,4%), além de contribuições significativas de São Paulo. “Essa tendência pode ser explicada por fatores estruturais como a expansão agrícola, investimentos em infraestrutura e o fortalecimento dos polos urbanos da região”, explicam os pesquisadores. Goiás ganhou 186.827 pessoas, o terceiro maior do Brasil, o que representou um crescimento de 2,65% na população total do estado. Segundo o IBGE, 28,2% dos novos moradores de Goiás vieram do Distrito Federal, reforçando o vínculo territorial entre o DF e o entorno goiano. Outros estados que mais enviaram moradores para Goiás foram o Maranhão (12,3%) e o Pará (9,5%), o que revela também o alcance da migração nordestina e nortista para a região. Centro-Oeste ganha força na migração interna Arte g1 Nordeste ainda perde população — com exceção da Paraíba O Nordeste como um todo manteve a tendência histórica de perdas populacionais para outras regiões, com destaque para a Bahia (-41.549), Pernambuco (-41.486) e Maranhão (-129.228). 📈 A exceção foi a Paraíba, que registrou saldo positivo de 30.952 pessoas — o único estado nordestino com mais entradas do que saídas entre 2017 e 2022. Perda de população na região Nordeste Arte g1 Jovens são maioria entre os migrantes A migração interna é, sobretudo, um movimento jovem — 1 em cada 5 migrantes tinha entre 25 e 29 anos. De acordo com o Censo 2022, mais de 3,5 milhões de pessoas com idades entre 25 e 29 anos mudaram de cidade nos cinco anos anteriores à coleta — o equivalente a 22,8% do total de migrantes do período, segundo o IBGE. Também se destacam os grupos de 20 a 24 anos e 30 a 34 anos — que representam cerca de 18,5% a 17,5%, respectivamente, da migração — o que reforça que a mobilidade pode estar diretamente associada ao ciclo de entrada na vida adulta, com busca por trabalho, estudo, moradia e formação de família. “A migração é amplamente reconhecida como um fenômeno demográfico fortemente seletivo por idade, manifestando padrões distintos de mobilidade entre os diversos grupos etários”, afirmam os pesquisadores. Mais destaques do Censo em imigração 📍 Minas Gerais ultrapassa São Paulo em saldo migratório. Com saldo de 106,5 mil pessoas, Minas ultrapassou São Paulo e passou a figurar entre os estados que mais atraem do que perdem moradores de outras regiões. O movimento foi puxado por quem saiu justamente de SP e do Rio: 19,1% dos emigrantes paulistas e 17,7% dos fluminenses escolheram Minas como novo destino — reforçando o interior mineiro como novo polo de atração no Sudeste. 📍 Espírito Santo ganha força no mapa migratório. Apesar de estar fora do top 5 em números absolutos, o estado se destacou como nova alternativa para migrantes que saem de grandes centros, como Rio de Janeiro e Minas Gerais, e teve ganho populacional de 27,8 mil pessoas entre 2017 e 2022. 📍 Distrito Federal também inverte padrão e passa a perder população. O DF teve a maior queda de perda de população do país - 3,53%. A maior parte dos emigrantes foi para Goiás (48,5%), revelando a expansão da urbanização no entorno. Quase 1 em cada 2 moradores que saíram do DF foi morar em Goiás. 📍 Pará perde mais população. Antes um dos estados que mais recebia migrantes — especialmente vindos do Nordeste —, o Pará perdeu 94 mil moradores para outras regiões do país. Outros destaques do Censo 2022 Venezuelanos superam portugueses e passam a ser a maioria entre estrangeiros no Brasil Com migração venezuelana, Roraima lidera percentual de estrangeiros no país Número de filhos por mulher no Brasil é menor da história, diz IBGE Mulheres do DF têm filhos mais tarde do que o restante do país; em média, depois dos 29 anos RJ é o único estado brasileiro que reduziu o número de moradores estrangeiros em 12 anos, diz IBGE Amanhecer na região do Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo, no dia 4 de junho de 2025 GloboNews/Reprodução

FONTE: https://g1.globo.com/economia/censo/noticia/2025/06/27/pela-1a-vez-sp-tem-mais-gente-saindo-do-que-chegando-sc-tem-maior-ganho-de-populacao-por-migracao-no-brasil.ghtml


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