Manifestantes dos atos ‘No Kings’ podem ser monitorados por reconhecimento facial e drones, dizem grupos civis

  • 18/10/2025
(Foto: Reprodução)
Cidades americanas têm protestos contra Donald Trump Milhares de manifestantes ocupam a Times Square durante o protesto “No Kings”, neste sábado, 18 de outubro de 2025, em Nova York. Olga Fedorova / AP Os protestos “No Kings”, realizados neste sábado (18) em mais de 2.600 cidades dos Estados Unidos e em diversos países, reacenderam um debate sobre vigilância governamental e liberdade de expressão. Grupos de defesa civil alertam que manifestantes podem estar sendo monitorados por tecnologias avançadas, como reconhecimento facial, drones e rastreamento de celulares, em ações conduzidas por agências federais sob o governo do presidente Donald Trump. De acordo com a organização Electronic Frontier Foundation (EFF), o nível de vigilância varia conforme o local e as forças policiais envolvidas. Em Washington, D.C., onde cercas foram erguidas ao redor da Casa Branca, os protestos devem ser observados com métodos de controle mais sofisticados do que em cidades menores. “Mesmo antes deste governo, a vigilância de manifestações pacíficas já era comum e corrosiva para a liberdade de expressão. Agora, sob Trump, isso representa uma ameaça existencial à democracia americana”, afirmou Ryan Shapiro, diretor do grupo de transparência Property of the People. Arsenal digital do governo O Departamento de Segurança Interna (DHS) e sua divisão de imigração, o ICE, possuem um extenso aparato de vigilância digital, segundo investigações recentes. Isso inclui o uso de tecnologia de reconhecimento facial, ferramentas de invasão de celulares e os chamados “simuladores de torres”, capazes de rastrear comunicações de milhares de aparelhos em tempo real. Em protestos anteriores, o governo Trump chegou a empregar drones de combate MQ-9 Predator — originalmente usados em zonas de guerra — sobrevoando Los Angeles durante atos contra o ICE. Câmeras de alta definição também foram instaladas em cidades como Chicago. Questionado sobre o monitoramento das manifestações, o DHS afirmou em nota que suas forças “atuam diariamente para aplicar as leis do país”, enquanto o ICE destacou que a Primeira Emenda protege protestos pacíficos, não tumultos. Manifestantes usam fantasias e carregam cartazes enquanto se reúnem no cruzamento das ruas 14th e U, antes de marchar até o National Mall durante o protesto “No Kings”, em Washington, neste sábado, 18 de outubro de 2025. Jose Luis Magana / AP Falta de transparência e lacunas legais Para Nate Wessler, diretor adjunto do Projeto de Privacidade e Tecnologia da ACLU, os mecanismos de vigilância “são projetados para operar de forma oculta”, o que dificulta comprovar abusos. “Mesmo quando há regras legais específicas, é quase impossível provar que uma pessoa foi monitorada de forma indevida”, disse Wessler. Organizações de direitos civis também denunciam que o governo afastou servidores que poderiam conter “excessos” no uso dessas tecnologias. Segundo Don Bell, do Constitution Project, “não existem barreiras legais eficazes para impedir a vigilância em massa — e as poucas que havia foram demolidas”. Uma manifestante carrega um cartaz enquanto participa do protesto “No Kings” no cruzamento das ruas 14th e U, antes de marchar até o National Mall, em Washington, neste sábado, 18 de outubro de 2025. Jose Luis Magana / AP Preocupação entre manifestantes Apesar de os protestos “No Kings” anteriores terem sido amplamente pacíficos, ativistas afirmam que o clima mudou desde então. Trump e seus aliados passaram a chamar manifestantes de “terroristas” e “agitadores de esquerda”, o que elevou o nível de tensão. “Mesmo o discurso dos parlamentares está mais agressivo desta vez. Eu estou mais preocupado agora do que antes”, disse Thorin Klosowski, da EFF. Em julho, senadores democratas questionaram o Departamento de Segurança Interna sobre o uso de vigilância em manifestações, mas não receberam resposta. O senador Ed Markey, de Massachusetts, criticou a falta de transparência: “Trump já demonstrou que usa o poder do Estado para silenciar a dissidência. O governo deve se abster de espionar cidadãos que estão apenas exercendo seus direitos constitucionais”, afirmou. Monitoramento interno Um documento obtido pelo grupo Property of the People mostra que os protestos deste sábado foram incluídos nos relatórios de centros de inteligência doméstica criados após o 11 de Setembro. O Centro de Inteligência da Califórnia Central, por exemplo, listou as cidades de Sacramento, Fresno e Stockton como pontos de monitoramento dos atos. Embora os protestos tenham sido classificados como “ações não violentas”, o centro informou que relatórios adicionais de inteligência estavam sendo preparados sobre as manifestações. A Associação Nacional dos Centros de Fusão não respondeu a perguntas sobre as operações de 18 de outubro, limitando-se a citar um documento federal de 2011 que recomenda diretrizes para eventos protegidos pela Primeira Emenda.

FONTE: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2025/10/18/manifestantes-dos-atos-no-kings-podem-ser-monitorados-por-reconhecimento-facial-e-drones-dizem-grupos-civis.ghtml


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