Encontro Putin e Trump deve ocorrer em 2 semanas, mas ainda há 'muitas questões' a resolver, diz Kremlin
17/10/2025
(Foto: Reprodução) Avião militar B2 sobrevoa base militar americana após chegada de Trump e Putin ao Alasca
O Kremlin afirmou na sexta-feira que a nova cúpula entre os presidentes Vladimir Putin e Donald Trump, anunciada na quinta-feira (16) pelo presidente dos Estados Unidos, poderia ocorrer dentro de "duas semanas".
No entanto, o governo russo disse também que ainda "há muito a ser definido" antes que uma data exata seja definida.
Um dos pontos ainda indefinidos é a rota que Putin fará para chegar até Budapeste, na Hungria, onde, segundo Trump, ocorrerá a reunião. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, confirmou a localização, mas disse que o governo ainda estava definindo a rota para que o presidente russo chegará até lá.
Isso porque Putin tem um mandado de prisão internacional expedido pelo Tribunal de Haia, e não pode sobrevoar espaços aéreos de países que são signatários da Corte.
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Trump e Putin concordaram na quinta-feira com outra cúpula sobre a guerra na Ucrânia, uma decisão surpreendente que ocorreu na véspera de uma reunião entre Trump e o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy, enquanto Washington considera fornecer mísseis de cruzeiro Tomahawk a Kiev.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse a repórteres que o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, precisariam se reunir para resolver diversas questões pré-cúpula.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, conversou ao telefone nesta quinta-feira (16) com o líder russo, Vladimir Putin. Eles voltaram a se falar depois de dois meses, quando ambos se reuniram pessoalmente no Alasca.
Em sua rede Truth Social, Trump anunciou que os dois combinaram de voltar a se encontrar pessoalmente em Budapeste, na Hungria. Na semana que vem, em um local ainda não confirmado, assessores de ambos irão se reunir para voltar a tentar chegar a um acordo que leve à paz entre a Rússia e a Ucrânia.
"Acabei de concluir minha conversa telefônica com o presidente Vladimir Putin, da Rússia, e foi muito produtiva. O presidente parabenizou a mim e aos Estados Unidos pela grande conquista da paz no Oriente Médio, algo que, segundo ele, era sonhado há séculos. (...) Também passamos bastante tempo conversando sobre o comércio entre a Rússia e os Estados Unidos após o fim da guerra com a Ucrânia. (...) Acredito que a conversa telefônica de hoje tenha sido um grande progresso", contou.
Encontro de Putin e Trump no Alasca
REUTERS/Nathaniel Wilder
O telefonema ocorre um dia antes da reunião de Trump na sexta-feira (17) na Casa Branca com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, que também foi citado no post. Ele vem pressionando Trump a vender mísseis Tomahawk para Kiev, que permitiriam que as forças ucranianas realizassem ataques em alvos mais distantes do território russo.
Zelensky argumentou que tais ataques ajudariam Putin a levar mais a sério os apelos de Trump por negociações diretas entre a Rússia e a Ucrânia para encerrar a guerra entre os dois países, iniciada em fevereiro de 2022.
O enviado especial de Putin, Kirill Dmitriev, também elogiou o resultado da ligação. Disse que foi "produtiva e positiva, e definiu os próximos passos das negociações claramente".
Um porta-voz da Casa Branca revelou a repórteres que a conversa durou mais de duas horas e que o presidente americano acredita que ainda é possível reunir os presidentes russos e ucraniano.
Trump havia dito a repórteres que viajavam com ele para Israel no domingo que planejava discutir com Putin o envio de Tomahawks, como forma de pressioná-lo a encerrar a guerra da Rússia na Ucrânia. "Eles querem que os Tomahawks sigam nessa direção? Acho que não", disse Trump no domingo. "Acho que posso falar com a Rússia sobre isso."
A promessa de acabar com as guerras na Ucrânia e em Gaza foi fundamental para o discurso de campanha de Trump em 2024, quando ele criticou duramente o então presidente Joe Biden pela forma como lidou com os conflitos.
No entanto, tal qual seu antecessor, Trump também teve suas ambições de mediar um acordo frustradas por Putin até o momento.