Dólar marca 6ª queda seguida e fecha a R$ 5,68; Ibovespa renova maior nível em sete meses
25/04/2025
(Foto: Reprodução) Otimismo do mercado vem em meio às sinalizações de que a tensão comercial entre EUA e China pode ter diminuído, A moeda norte-americana recuou 0,13%, cotada a R$ 5,6841. Já o principal índice acionário da bolsa de valores brasileira encerrou com um avanço de 0,12%, aos 134.739 pontos. Notas de real e dólar
Amanda Perobelli/ Reuters
O dólar emplacou a 6ª queda consecutiva e encerrou a sessão desta sexta-feira (25) cotado a R$ 5,68. Com isso, encerrou a semana com um recuo acumulado de mais de 2%. Já o Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, encerrou em alta e renovou o maior patamar desde setembro de 2024. Na semana, acumulou ganhos de 3,93%.
Investidores reagiram positivamente às sinalizações de que pode haver um alívio nas tensões entre Estados Unidos e China (entenda mais abaixo) e repercutiram os novos dados da inflação brasileira divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que indicaram uma nova desaceleração dos preços.
As atenções seguem voltadas ao noticiário internacional, sobretudo na relação entre Estados Unidos e China, em meio às sinalizações de que as tensões entre os dois países têm diminuído.
Nesta sexta, em entrevista à Time Magazine, Trump afirmou que recebeu uma ligação do presidente da China, Xi Jinping, para falar sobre a guerra tarifária entre os países.
A China, porém, negou que esteja conversando com o republicano e afirmou que os EUA deveriam "parar de criar confusão". Ainda assim, grupos empresariais teriam informado à Reuters que o país asiático chegou a suspender as tarifas em alguns produtos norte-americanos importados.
Já no Brasil, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia oficial da inflação, registrou uma alta de 0,43% em abril. O resultado, puxado pelos grupos de Alimentação e Saúde, representa uma nova desaceleração do indicador.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
O dólar caiu 0,08%, cotado a R$ 5,6868. Na mínima do dia, chegou a R$ 5,6646. Veja mais cotações.
Com o resultado, acumulou:
recuo de 2,02% na semana;
queda de 0,33% no mês; e
perda de 7,98% no ano.
No dia anterior, a moeda americana teve queda de 0,47%, cotada a R$ 5,6916.
a
📈Ibovespa
O Ibovespa encerrou com um avanço de 0,12%, aos 134.739 pontos, renovando o maior patamar desde setembro de 2024.
Com o resultado, o índice acumulou:
alta de 3,93% na semana;
avanço de 3,44% no mês; e
ganho de 12,02% no ano.
Na véspera, o índice teve alta de 1,79%, aos 134.580 pontos.
O que está mexendo com os mercados?
O ambiente internacional continuou a impactar os mercados na sessão desta sexta-feira (25), em meio às sinalizações de que pode haver um alívio nas tensões entre Estados Unidos e China.
Apesar de os investidores seguirem incertos sobre um eventual acordo comercial entre os dois países, posturas recentes vistas na China alimentaram esperanças de um arrefecimento.
Nesta sexta-feira, em entrevista à Time Magazine, Trump voltou a afirmar que a China entrou em contato para falar sobre as tarifas. O republicano não respondeu ao questionamento sobre quando recebeu a ligação do presidente chinês, Xi Jinping, mas afirmou que "ele ligou" e que não pensa que isso "é um sinal de fraqueza da parte dele".
O presidente também não respondeu o que Xi falou nesta ligação, mas disse que "todos querem fazer acordos" e que ele é o dono, representando os americanos, da "loja dos EUA" e, portanto, decide quanto cada um terá que pagar para fazer negócios ali.
A afirmação, no entanto, foi rapidamente refutada pelo governo chinês, que mais uma vez negou que haja conversas nesse sentido e reiterando que os EUA deveriam "parar de criar confusão".
O foco, no entanto, ficou com a notícia de que a China teria suspendido as tarifas sobre alguns produtos norte-americanos importados, após grupos empresariais terem informado à Reuters que o país asiático permitiu a entrada de alguns produtos farmacêuticos sem o pagamento das taxas de 125% impostas por Pequim no início deste mês.
Além disso, segundo a agência de notícias, uma lista de 131 categorias de produtos supostamente estariam sob consideração do governo chinês para isenções. Os produtos incluiriam equipamentos médicos e substâncias químicas industriais.
"A semana começou com um forte sentimento de venda, mas seguiu-se uma recuperação realmente robusta. Foi uma semana bastante forte, em grande parte impulsionada por uma sensação de apaziguamento da guerra comercial com a China", disse Greg Bassuk, CEO da AXS Investments em Nova York à Reuters.
Na agenda de indicadores, o destaque por aqui ficou com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial do país, que mostrou uma alta de 0,43% nos preços em abril. O avanço foi puxado pelos preços de alimentação e remédios.
Apesar da alta registrada em abril, este é o segundo mês consecutivo de desaceleração do IPCA-15. Em 12 meses, a prévia da inflação acumula alta de 5,49%, acima dos 5,26% registrados até março. No mês passado, o IPCA-15 mensal teve avanço de 0,64%.
No acumulado do ano, o indicador teve alta de 2,43%. Em abril de 2024, a alta da prévia da inflação foi menor, de 0,21%.
Já no exterior, a temporada de resultados do primeiro trimestre começou a todo vapor e também ajudou a impulsionar os mercados acionários internacionais.
*Com informações das agências de notícias AFP e Reuters.