Câmara dos EUA aprova megapacote de Trump que reduz impostos, aumenta verba contra imigrantes e corta programas sociais

  • 03/07/2025
(Foto: Reprodução)
Escritório de Orçamento do Congresso dos EUA estima que projeto adicionará cerca de US$ 3,3 trilhões (R$ 18 trilhões) à dívida pública do país até 2034. Agora, lei segue para sanção de Trump. Congresso dos EUA debate 'Grande e Belo Projeto' de Donald Trump AP Photo/Rod Lamkey, Jr. A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou nesta quinta-feira (3) o megapacote tributário e orçamentário proposto pelo governo. Agora, a lei segue para sanção do presidente Donald Trump. O texto prevê reduzir impostos, cortar programas sociais, retirar incentivos à energia limpa e aumentar verba para políticas anti-imigração e gasto militar (entenda o projeto, ponto a ponto). ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp A medida adiciona US$ 3,3 trilhões (aproximadamente R$ 18 trilhões) à dívida nacional do país até 2034, segundo o Escritório de Orçamento do Congresso dos Estados Unidos (CBO, na sigla em inglês). O déficit atual dos EUA é de US$ 36,2 trilhões (R$ 197,3 trilhões). Especialistas alertam para o aumento da dívida pública e para o risco de desequilíbrio fiscal a médio e longo prazos. Também há críticas a cortes em incentivos à energia limpa e programas sociais, como o Medicaid (saúde para famílias de baixa renda), para compensar a queda na arrecadação. A votação ocorre dois dias após o projeto ser aprovado pelo Senado em votação apertada. Na Câmara, a proposta foi aprovada com o placar de 218 a 214, com dois deputados do partido de Trump votando contra o pacote. 📋Confira alguns pontos do texto chamado "One Big Beautiful Bill" (Um grande e belo projeto): aumento de recursos voltados ao controle da imigração; ampliação dos gastos com Forças Armadas; cortes em programas sociais — em especial, em saúde (Medicaid) e alimentação; criação de novas isenções fiscais para gorjetas e horas extras; a revogação de incentivos à energia limpa promovidos pelo democrata Joe Biden. Houve uma intensa articulação dos republicanos para a aprovação do megapacote. Na quarta-feira, (2) Trump esvaziou sua agenda para receber na Casa Branca deputados mais moderados e tentar convencê-los. Durante a madrugada, o projeto esteve sob ameaça após cinco deputados republicanos indicarem que votariam contra o governo. No entanto, os parlamentares mudaram de opinião após pressão do partido e do próprio presidente. Os líderes republicanos da Câmara buscaram acelerar os procedimentos da sessão para conseguir realizar a votação. O objetivo era cumprir um prazo dado por Trump, que deseja sancionar a lei nesta sexta-feira (4) — quando se comemora o Dia da Independência dos EUA. Como a votação entre os senadores foi acirrada, havia o temor de que o projeto pudesse ser rejeitado pelos deputados diante da articulação de democratas para tentar virar votos de republicanos. A deputada Nancy Pelosi, forte voz no Partido Democrata, liderava as tentativas. Senado aprova projeto fiscal do governo Trump Entenda o projeto, ponto a ponto Críticos da proposta afirmam que as medidas de redução de impostos, nos moldes do projeto, favoreceriam sobretudo os mais ricos. Entre os principais pontos questionados, está a previsão de cortes em programas voltados à saúde, nutrição, educação e energia limpa. No caso do Medicaid e da assistência alimentar a pessoas de baixa renda, estima-se uma redução de cerca de US$ 930 bilhões. 💸 Mudanças nos impostos O projeto prevê redução de impostos de aproximadamente US$ 4 trilhões, enquanto mantém muitos dos cortes aplicados por Trump em 2017. Entre os pontos de redução, estão: alíquotas menores de Imposto de Renda (IR); isenção temporária de impostos sobre gorjetas e horas extras; isenção sobre benefícios da Previdência Social para americanos acima de 65 anos; redução de impostos para empresas, incluindo deduções para pesquisa e investimento. Do lado da arrecadação, o texto propõe: elevar impostos sobre rendimentos de fundos universitários; impedir que imigrantes sem green card recebam créditos para planos de saúde; que o crédito infantil passe a ter regras mais rígidas — o que pode impactar 2 milhões de crianças. 🧑🏽‍⚕️ Cortes na saúde O projeto propõe regras mais rigorosas para o acesso ao Medicaid, programa destinado a pessoas de baixa renda. O objetivo é reduzir os custos da saúde pública. O destaque é a exigência de 80 horas de trabalho por mês para adultos sem filhos e sem deficiência terem direito ao benefício, informou o The New York Times. O projeto também facilita que estados cancelem a cobertura de beneficiários, exigindo mais documentação e eliminando quem não responder, segundo o jornal norte-americano. Além disso, o texto altera regras do Obamacare, lei federal que ampliou o acesso a planos de saúde no país. As mudanças preveem novas exigências aos beneficiários, o que resultaria em uma economia de mais US$ 100 bilhões ao governo. A estimativa é que milhares de pessoas possam perder o seguro. 🔋 Programas de energia limpa O projeto prevê o fim dos principais créditos fiscais da Lei de Redução da Inflação para energia limpa, aprovada durante o governo do democrata Joe Biden, que levaram a US$ 841 bilhões em investimentos nos EUA. Além disso, conforme o texto, o crédito de US$ 7,5 mil para carros elétricos acabaria até o fim de 2025. O jornal The New York Times afirma que, com o projeto, incentivos gerais para fontes como vento, solar, baterias e geotérmica seriam encerrados, com poucas exceções. 🥩 Cortes em programa de alimentação A proposta também modifica o Programa de Assistência Nutricional Suplementar (SNAP), com o objetivo de reduzir custos. O benefício, que atende cerca de 42 milhões de pessoas de baixa renda, passará a ter critérios de acesso mais rígidos. O Escritório de Orçamento do Congresso dos EUA estima que aproximadamente 3 milhões de pessoas perderiam o acesso ao benefício devido às novas exigências. 🪖 Gastos militares e anti-imigração O projeto reserva US$ 150 bilhões para a área de defesa, incluindo investimentos em construção naval e no sistema de defesa espacial “Golden Dome” proposto por Trump, segundo o New York Times. Além disso, propõe investimentos de US$ 175 bilhões na agenda anti-imigração de Trump. Os recursos seriam direcionados ao fortalecimento da fronteira no sul do país, à ampliação de patrulha e à construção de novas instalações. 🎓 Cortes na educação O pacote prevê uma redução de US$ 330 bilhões em empréstimos estudantis ao longo dos próximos 10 anos. Além de cortar programas de pagamento vinculados à renda dos estudantes, o texto também impõe um limite anual aos empréstimos para cursos de pós-graduação. Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em evento na Casa Branca REUTERS/Leah Millis Os impactos do projeto O megapacote visa tornar permanentes os cortes nos impostos sobre a renda individual e heranças, aprovados durante o primeiro mandato de Trump, em 2017. Também incorpora promessas de campanha feitas em 2024, como a isenção de tributos sobre gorjetas, horas extras e juros de determinados financiamentos de veículo, além de uma dedução de US$ 6 mil (R$ 32,7 mil) para idosos que ganham até US$ 75 mil (R$ 408,8 mil) por ano. Segundo a estimativa mais recente do Escritório de Orçamento do Congresso norte-americano (CBO, na sigla em inglês), a lei adicionaria US$ 3,3 trilhões à dívida de US$ 36,2 trilhões (R$ 197,3 trilhões) do país. De acordo com analistas consultados pela Reuters, esse aumento da dívida serviria efetivamente como uma transferência de riqueza dos mais jovens para os mais velhos, uma vez que tende a desacelerar o crescimento econômico, aumentar os custos de empréstimos e eliminar outros gastos do governo nas próximas décadas. Outra projeção do CBO é que o projeto também aumentaria o limite de endividamento dos EUA em US$ 5 trilhões (R$ 27,3 trilhões), adiando a perspectiva de um calote da dívida neste verão — o que afetaria não apenas os mercados financeiros norte-americanos, mas do mundo inteiro.

FONTE: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2025/07/03/camara-dos-eua-aprova-megapacote-de-trump-que-reduz-impostos-aumenta-verba-contra-imigrantes-e-corta-programas-sociais.ghtml


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