BC confirma parada na alta de juro e diz que é cedo para concluir qual será o impacto da guerra no Irã sobre o petróleo e a economia

  • 24/06/2025
(Foto: Reprodução)
Copom subiu a taxa de juros de 14,75% para 15% ao ano na semana passada. Foi o sétimo aumento seguido, que fixou o juro no maior patamar em 20 anos. Também representa o segundo maior juro real do planeta. O Banco Central (BC) informou nesta terça-feira (24) que deverá interromper o processo de alta dos juros implementado nos últimos meses, com objetivo de conter pressões inflacionárias, e acrescentou que ainda é cedo para vislumbrar qual o impacto do conflito no Oriente Médio sobre o preço do petróleo e, consequentemente, sobre a economia brasileira. As informações constam na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), realizada na semana passada, quando a taxa básica de juros da economia subiu de 14,75% para 15% ao ano. Foi o sétimo aumento seguido, que fixou o juro no maior patamar em 20 anos. Também representa o segundo maior juro real do planeta. O BC manteve a previsão de que os juros permanecerão altos por um "período bastante prolongado" de tempo, de modo a assegurar a convergência da inflação à meta. O mercado financeiro acredita que a taxa de juros começará a recuar somente a partir de janeiro de 2026. Selic a 15%: o que muda no seu bolso "O Comitê avalia que, após um ciclo rápido e firme de elevação de juros, antecipa-se, como estratégia de condução de política monetária, interromper o ciclo de alta e observar os efeitos do ciclo empreendido para, então, avaliar se a taxa de juros corrente é apropriada para assegurar a convergência da inflação à meta", informou o BC, na ata do Copom. Sobre a guerra no Oriente Médio, com a escalada do conflito com os ataques ao Irã por Israel e, mais recentemente, pelos Estados Unidos, o BC avaliou que "ainda é cedo para concluir qual será a magnitude do impacto sobre a economia doméstica, que, por um lado, parece menos afetada pelas recentes tarifas do que outros países, mas, por outro lado, é impactada por um cenário global adverso". Analistas têm apontado possíveis pressões inflacionárias por conta da pressão sobre o preço do petróleo no mercado mundial — que poderia ser repassado aos combustíveis no mercado interno. "O conflito geopolítico no Oriente Médio e suas possíveis consequências sobre o mercado de petróleo também adicionam incerteza sobre o cenário externo prospectivo. O cenário já tem provocado mudanças nas decisões de investimento e consumo", avaliou o Banco Central. Como o Banco Central atua? 🔎A taxa básica de juros da economia é o principal instrumento do BC para tentar conter as pressões inflacionárias, que tem efeitos, principalmente, sobre a população mais pobre. Para definir os juros, a instituição atua com base no sistema de metas. Se as projeções estão em linha com as metas, pode baixar os juros. Se estão acima, tende a manter ou subir a Selic. Ao definir a taxa de juros, o BC olha para o futuro, ou seja, para as projeções de inflação, e não para a variação corrente dos preços, ou seja, dos últimos meses. Isso ocorre porque as mudanças na taxa Selic demoram de seis a 18 meses para ter impacto pleno na economia. Neste momento, por exemplo, a instituição já está mirando na meta considerando o segundo semestre de 2026. Para 2025, 2026, 2027 e 2028, a projeção do mercado para a inflação oficial está em 5,24% (com estouro da meta), 4,5%, 4% e em 3,83%. Ou seja, acima da meta central de 3%, buscada pelo BC. Banco Central do Brasil (BC). Adriano Machado/ Reuters Desaceleração da economia O BC tem dito claramente que uma desaceleração, ou seja, um ritmo menor de crescimento da economia, faz parte da estratégia de conter a inflação no país. ▶️Na ata da última reunião do Copom, divulgada em maio, o BC informou que o chamado "hiato do produto" segue positivo. ▶️Isso quer dizer que a economia continua operando acima do seu potencial de crescimento sem pressionar a inflação. ▶️O Banco Central também informou que o juro alto já contribui para desaceleração da atividade e que impacto na geração de empregos deve se aprofundar. Outros recados do Copom O cenário prospectivo de inflação [expectativas para os próximos anos] "segue desafiador em diversas dimensões". "As expectativas de inflação, medidas por diferentes instrumentos e obtidas de diferentes grupos de agentes, mantiveram-se acima da meta de inflação em todos os horizontes, tornando o cenário de inflação mais adverso", informou o BC. O cenário externo, diz o BC, continua "adverso e particularmente incerto". "O Comitê avaliou que houve alguns desenvolvimentos que permitiriam a conclusão de uma melhora no cenário internacional, como a reversão parcial das tarifas, mas permaneceu a visão preponderante de um cenário internacional ainda incerto e volátil", acrescentou. O BC avalia que o cenário atual da de atividade econômica doméstica "segue marcada por sinais mistos com relação à desaceleração de atividade, mas observa-se certa moderação de crescimento". "Dadas as defasagens inerentes aos mecanismos de transmissão da política monetária, espera-se que tais efeitos [de desaceleração] se aprofundem nos próximos trimestres. O Comitê reforça que o arrefecimento da demanda agregada é um elemento essencial do processo de reequilíbrio entre oferta e demanda da economia e convergência da inflação à meta", diz o BC. Os dados mais recentes confirmam, segundo o BC, a interpretação de um "mercado de trabalho dinâmico com expressiva geração de empregos formais e redução da taxa de desemprego". "Houve, por outro lado, alguma desaceleração nos rendimentos, mas ainda persistem em patamar elevado, dando suporte ao crescimento da renda ampliada das famílias. Ressaltou-se que a inflexão no mercado de trabalho também é parte dos mecanismos de transmissão da política monetária e deve ficar mais evidente e forte ao longo do tempo, de modo compatível com um cenário de política monetária restritiva", diz a instituição. Gastos públicos em alta O Banco Central voltou a avaliar que a chamada política fiscal, relativa aos gastos públicos, tem um impacto de curto prazo na economia, em maior parte por meio de estímulo à demanda agregada, e um impacto de médio prazo, que incorpora os efeitos do prêmio a termo da curva de juros (juros futuros mais altos, que impactam as taxas cobradas pelos bancos no mercado à vista). "Uma política fiscal que atue de forma contracíclica [contendo despesas] e contribua para a redução do prêmio de risco [juros futuros altos] favorece a convergência da inflação à meta", acrescentou o Banco Central, na ata do Copom. O Banco Central também "reforçou a visão" de que o "esmorecimento" no esforço de reformas estruturais e disciplina fiscal, o aumento de crédito direcionado e as incertezas sobre a estabilização da dívida pública têm o potencial de elevar a taxa de juros neutra da economia, com impactos deletérios sobre a potência da política monetária e, consequentemente, sobre o custo de desinflação em termos de atividade. Segundo analistas, o descompasso entre governo e BC dificulta controle da inflação e pressiona taxa de juros.. "O Comitê, em sua análise de atividade, manteve a firme convicção de que as políticas devem ser previsíveis, críveis e anticíclicas. Em particular, o debate do Comitê evidenciou, novamente, a necessidade de políticas fiscal e monetária harmoniosas", acrescentou o Banco Central.

FONTE: https://g1.globo.com/economia/noticia/2025/06/24/bc-confirma-parada-na-alta-de-juro-e-diz-que-e-cedo-para-concluir-qual-sera-o-impacto-da-guerra-no-ira-sobre-o-petroleo-e-a-economia.ghtml


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