Ataque do governo Trump contra embarcação perto da Venezuela deixou sobreviventes, diz imprensa dos EUA
17/10/2025
(Foto: Reprodução) EUA atacam mais uma vez mar no Caribe, próximo da Venezuela
Um ataque das forças dos Estados Unidos na quinta-feira (16) contra uma embarcação no Caribe deixou sobreviventes, segundo a imprensa norte-americana.
O caso é inédito desde o início das ofensivas do governo Trump contra supostos barcos de narcotráfico na costa da Venezuela — nos outros episódios, todos os tripulantes das embarcações atacadas morrreram.
Desde setembro, Washington mantém vários navios de guerra no mar do Caribe, perto da Venezuela, com o argumento de que faz uma incursão contra grupos de tráfico de drogas. Nas últimas semanas, os militares norte-americanos executaram ataques contra embarcações supostamente dedicadas ao narcotráfico, que mataram pelo menos 27 pessoas.
O ataque da quinta-feira deixou vários sobreviventes a bordo, segundo informações dos canais CBS, CNN e NBC, que citaram fontes do governo americano.
O Pentágono e o governo venezuelano ainda não havia se manifestado sobre se de fato houve sobreviventes ao ataque e seu estado de saúde até a última atualização desta reportagem.
O presidente Donald Trump acusa seu homólogo Nicolás Maduro de ter vínculos com o narcotráfico e, na quarta-feira, anunciou que estava considerando ações militares terrestres contra os cartéis venezuelanos e que havia autorizado operações da CIA no país sul-americano.
"Estamos certamente olhando para a terra agora, porque temos o mar muito bem controlado", declarou Trump.
Maduro atribui as acusações a um plano para buscar uma "mudança de regime" na Venezuela e assumir o controle das amplas reservas de petróleo do país.
Reforço militar
EUA bombardearam barco em área próxima da costa da Venezuela
Governo dos EUA
Em resposta às declarações de Trump, a Venezuela reforçou na quinta-feira a presença militar nos estados fronteiriços com a Colômbia. Antes, o país mobilizou tropas em zonas costeiras e começou a treinar civis a utilizar armas.
Os ataques americanos geraram críticas de outros países sobre a legalidade das ações.
Washington não apresentou evidências que demonstrem os vínculos das embarcações com as drogas. Vários especialistas denunciaram que os assassinatos sumários são ilegais, mesmo que se confirme que as vítimas são narcotraficantes.
Trinidad e Tobago investiga se duas pessoas mortas nos ataques são cidadãos do país, informaram as autoridades na quarta-feira.
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, pediu na ONU a abertura de um "processo penal" contra Trump pelos ataques, nos quais suspeita que algumas vítimas eram colombianas.
EUA bombardeiam barco perto da costa da Venezuela